FIA vê “exagero” em oferta de R$ 100 bilhões por F1 e teme “impacto contrário” sobre fãs

A oferta de US$ 20 bilhões (mais de R$ 100 bilhões) que investidores árabes fizeram para comprar a Fórmula 1 deixou a FIA em alerta e preocupada com a consequência que o retorno financeiro possa exigir

A informação de que a Fórmula 1 estaria na mira de investidores árabes interessados em comprar a categoria pela exorbitante quantia de US$ 20 bilhões (mais de R$ 100 bilhões, na cotação atual) ligou o sinal de alerta da FIA (Federação Internacional de Automobilismo). O presidente da entidade, Mohammed Ben Sulayem, usou as redes sociais para dizer que vê “exagero” no valor oferecido.

Na última semana, a rede de TV estadunidense Bloomberg noticiou que o PIF (Fundo de Investimento Público, na sigla em inglês), que é o fundo financeiro nacional da Arábia Saudita, avaliou o Mundial num valor acima de US$ 20 bilhões. Para título de comparação, o Liberty Media comprou os direitos da F1 por US$ 4,4 bilhões (R$ 23 bilhões), em negócio anunciado em setembro de 2016 e concluído no começo do ano seguinte.

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Jedá é a casa da F1 na Arábia Saudita (Foto: Ferrari)

Ben Sulayem disse que “como responsável pelo automobilismo, a FIA, como organização sem fins lucrativos, é cautelosa sobre o suposto preço inflacionado de US$ 20 bilhões posto sobre a F1”.

“Qualquer potencial comprador é aconselhado a usar o bom senso, considerar o bem maior do esporte e apresentar um plano claro e sustentável, não apenas muito dinheiro. É nosso dever considerar qual será o impacto futuro para os promotores no que diz respeito a aumento das taxas de hospedagens e custos comerciais, e outros impactos contrários que podem cair sobre os fãs”, acrescentou.

Ao site da revista inglesa Autosport, Ben Sulayem explorou mais o tema e não vê necessidade para uma quantia tão alta. “Sinceramente, acho inflado. Exagerado. Usando de bom senso, vale tanto assim?”, indagou o mandatário, acrescentando que, caso a venda fosse aceita pelo valor oferecido pelo PIF, o dinheiro teria de ser recuperado de alguma forma.

“Quanto cobraríamos do promotor local? Estou apenas vendo a lógica por trás disso. Porque você precisa de um plano”, argumentou, defendendo que uma futura venda teria de ser feita se houvesse uma proposta para melhorar a competição, e não puramente pelo alto dinheiro.

“Até o momento, são rumores, mas acho que a FIA também deve participar das negociações ou aconselhar, pois o campeonato pertence a ela. Temos a concessão, é verdade. Mas só quero garantir clareza para seguirmos em frente”, concluiu.

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